Materiais de embalagem ACG

Empresa cria PVC biodegradável para cartões e embalagens de medicamentos

A Materiais de embalagem ACG, empresa do setor de embalagens plásticas, desenvolveu um plástico biodegradável que se degrada em até dez anos no aterro sanitário, inovação que pode reduzir a produção de plásticos tradicionais nos setores financeiro e de saúde.

A empresa que cria embalagens e soluções para as indústrias farmacêutica e os seus cartões bancários, desenvolveu uma tecnologia para incluir aditivos para a produção de um PVC de rápida execução, chamado de Biografia D. Dessa forma, quando descartado, a ação de bactérias em aterros altera a estrutura química do material, acelerando sua manipulação.

De acordo com o CEO da ACG Packaging Materials América Latina, Daniel Aymard, o objetivo da criação era resolver o problema da geração de resíduos na indústria farmacêutica. Os bolhas, plásticos que envolvem cápsulas e pílulas de medicamentos, são PVCs de vida útil curta, mas com uma acomodação que pode levar até 500 anos.

“Desde os anos 1960, quando a indústria começou a desenvolver soluções para as farmacêuticas, nossa consciência sobre a preservação do meio ambiente aumentou. Por isso, buscamos uma solução mais sustentável para essa realidade”, conta o CEO.

Em um aterro sanitário, explica Aymard, a temperatura pode atingir de 25 ° C a 60 ° C, o que influencia no tempo de acomodação do produto: na temperatura mais baixa, o PVC levaria dez anos para se desintegrar, mas, com a temperatura máxima atingida, o plástico criado pode se degradar completamente em cinco anos. A ACG garante ainda que o produto passa a se degradar apenas nas condições de temperatura, umidade e acidez de um aterro.

A preocupação durante o desenvolvimento, segundo o CEO, era que a indústria não perdesse produtividade não relacionado ao material. De acordo com Aymard, a produção se assemelha ao PVC comum em todas as esferas de desempenho, o que pode garantir uma maior adesão da indústria ao plástico biodegradável.

O custo para a produção, no entanto, é 25% mais caro que o PVC comum. De acordo com Aymard, o motivo é a produção mais longa e complexa do que o feito no plástico comum para embalagens. Para o cliente final, o custo não aumentaria. “A embalagem representa até 2% do preço do medicamento. Um aumento de 25% nessa fatia não é de grande impacto para o consumidor, seria uma questão de centavos de aumento”, conta.

Mesmo assim, para Aymard, o produto se destaca no custo-benefício. Ele explica que a maior preocupação sobre a gestão dos resíduos beneficia a produção de produtos biodegradáveis, e que evitar a produção de plásticos prejudicados ajuda a reduzir os custos com o lixo posteriormente.

A expectativa é que a indústria bancária seja mais receptivo para o produto no primeiro momento. Isso porque o controle para a produção dos cartões é mais flexível — em algumas finanças, os cartões já são produzidos a partir de plásticos reciclados, ou que você também pode abrir portas para inclusão de plástico biodegradável. Para as farmacêuticas, a preocupação é com os critérios de regulamentação das embalagens, o que ainda deve atrasar a adesão da indústria a métodos mais sustentáveis.